:: Dicas para as Famílias para o equilíbrio da Saúde Emocional ::
Esta prova coletiva, à qual estamos todos a passar, é semelhante à experiência do marshmallow, realizada entre os anos 60 a 70, liderada pelo psicólogo Walter Mischel.
Nos estudos era oferecido às crianças a escolha entre UMA pequena recompensa (algumas vezes um marshmallow), entregue imediatamente ou DUAS pequenas recompensas se ela esperasse até ao retorno do pesquisador (depois de uma ausência de aproximadamente no mínimo 15 minutos).
Em estudos de seguimento, os pesquisadores descobriram que as crianças que foram capazes de esperar por mais tempo pela possível recompensa apresentaram tendência de ter melhor êxito na vida.
O que é que isto nos sugere? Quem em tudo na vida, o tempo é crucial para obtermos sucesso e felicidade e que às vezes a espera é um lugar de maiores recompensas.
A paciência é a chave da alegria e quem espera sempre alcança, como dizem os velhos ditados. Mas também sabemos que a paciência tem limites.
Face ao cenário atual, em que aquilo que dávamos por garantido, se esvai pelas nossas mãos, sem hora marcada.
Os sentimentos de raiva, irritabilidade, frustração, inquietação, ansiedade, medo, confusão e depressão aumentam e estes são sintomas que indicam que algo atrapalha o nosso equilíbrio interno.
É muito frequente as pessoas deixarem escapar os sinais de stress desde o início, impedindo com isso a sua capacidade de lidar com eles antes que cresçam. E mesmo que se dê conta desses sintomas, também é tentador pensar que pode “administrá-los” varrendo-os simplesmente para debaixo do tapete. O perigo dessa táctica é que ela não permite que você enfrente o problema (de frente), e o catalisador do tempo pode fazer com que perca o momento crucial de intervir antes que o seu stress o esmague.
Não é preciso fingirmos sermos fortes o tempo todo, ou erguer uma fortaleza com pés de chumbo. Isso na maioria das vezes traduz-se apenas na negação ou na repressão de certas emoções (mais difíceis), neste momento tão válidas e úteis quanto as outras. O problema não é sentir. Não são as emoções que são “boas” ou “más”; o que pode ser “melhor” ou “pior” é como lidamos com elas e o que fazemos com as nossas emoções.
Nunca como antes, a Psicologia foi tão importante, nos dias que correm. Sim, muito se tem falado no impacto que esta crise acarreta ao nível económico e social (com as taxas de desemprego a aumentar, com famílias exacerbadas com contas por pagar e a carecerem de necessidades básicas, como a alimentação e o teto)
Mas pouco se fala no impato psicológico e emocional que todos, sem excepção, atravessamos.
Pois eis uma verdade incontestável: sem saúde mental, não há paz, não há sossego, não há harmonia nas relações e nem energia para cuidar da nossa vida e para cuidar dos outros.
Quem cuida do complexo mente – emoções, cuida da vida.
E a essência da vida é o tempo.
Tal como os médicos têm a missão de salvar vidas, os psicólogos também salvam vidas humanas. Eles precisam estar nos hospitais a dar o seu melhor, e nós precisamos saber usar as melhores estratégias de comunicação com as nossas redes e população, para transmitir/inspirar os comportamentos que reduzem o medo e dão mais empowerment à vida de cada um nesta fase.
// Mas como praticar a paciência e manter o equilíbrio nestes tempos confusos? Pequenos exercícios que podem ajudar \\
1. Reconheça os seus sintomas de Raiva e dê-lhe Tempo de Expressão.
– O Stress é uma resposta natural à pressão externa existente e por isso não há porque empacá-lo. Isso só iria dar mais força a essa tensão. A raiva é um amor adoecido e acontece quando, determinados gatilhos em nós despoletam atitudes explosivas ou implosivas de revolta, agressividade e injustiça e por isso não podemos reprimi-la.
»» Exercício: De pé, inspire profundamente por 5 seg e retenha o ar por 7 seg, contraindo as mãos em punho, as nádegas, o esfincter e os ombros. Ao expirar solte tudo com um som de libertação “arrrghh”.
Se sentir vontade de chorar, não tente bloquear, irá sentir-se mais aliviado.
2. Pratique atividades corporais – Tempo para Parar o Mental
– Poderá correr num jardim perto de si, ou fazê-lo em casa como a dança, ou bioenergética, meditações ativas ou Hatha yoga com posturas mais físicas.
»» Exercício de “grounding”: De pé, feche os olhos e sinta os seus pés bem apoiados no chão. Visualize algumas raízes a saírem da planta do pé em direção ao chão, penetrando-o de forma profunda.
Sinta o peso do seu corpo a ser suportado pelo chão. Inspire em 4 seg e expire em 6. Ao prolongarmos a nossa expiração, os músculos começam a relaxar. Depois de alguns minutos, observe as suas sensações corporais e identifique uma zona do seu corpo onde se sinta relaxado. Coloque as mãos aí e através da respiração permita que esse prazer se expanda pelo corpo todo. De seguida, ainda sem mexer os pés, achocalhe o corpo (desde os ombros, braços, mãos até pernas).
3 – Inspira e não Pira – Tempo para Respirar e Meditar
Exercício: Feche os olhos e observe (sem julgar) as suas emoções, à medida que vai inspirando (em 5 seg) e expirando (4 seg) lenta e profundamente. O ar ao entrar e sair do corpo, permite-lhe sentir que partes do seu corpo estão mais tensas ou onde reside tristeza ou nervosismo ou irritabilidade. Coloque a sua atenção mais de perto sobre essa zona. Agora visualize essa mesma zona e sorrie para ela, de forma natural. À medida que for respirando permita intervir nessa zona ao visualizar uma luz violeta com nuances esverdeadas e o ar a incidir mais aí.
Relaxe gradualmente.
4- Tempo para Cuidar
– Cuide da sua casa: Desapegue-se de tudo o que lhe possa causar mais stress e desgastá-lo. Notícias sobre o covid, redes sociais, relações tóxicas (se forem os seus familiares, afirme mais os seus limites).
Livre-se de roupas e objetos a mais que estão em sua casa.
Limpe, conserte e arrume a sua casa.
– Cuide de si: faça mais daquilo que mais gosta, mas que não lhe seja pernicioso: atividades que contribuam para o seu bem – estar, alegria e prazer: os três de mãos dadas.
– Cuide do seu corpo: mantenha a sua higiene em dia, embeleze-se como se fosse sair de casa, tenha sonos reparadores e coma alimentos saudáveis.
– Cuide das suas relações e deixe-se ser cuidado e acarinhado.
Torne estas dicas úteis para alguém. Marque um(a) amigo(a) que você acha que poderá beneficiar-se com esta informação.
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Rita Évora – Psicóloga Comunitária; Terapeuta Holística e Formadora em Educação Emocional (Pequeno Buda)
Dá atendimentos em aconselhamento psicológico e consultas holísticas em Lisboa e Online e pertence à Equipa do Pequeno Buda.
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